segunda-feira, 30 de março de 2009

Devolve, moço

Existe aqui uma mulher
Uma bruxa, uma princesa, uma diva. Que beleza!
Escolha o que quiser
Mas ande logo, vá depressa
Nem se atreva a pensar muito
O meu universo ainda despreza
Quem não sabe o que quer
Meu coração eu pus no bolso
Mas apareceu um moço
Que tirou ele dali
Não, isso não é engraçado
Um coração, assim, roubado
Bate muito acelerado
Devolve, moço. Devolve, moço
O meu coração do bolso
(Ana Cañas)

sexta-feira, 27 de março de 2009

Carta de Valerie


"Sei que não há como convencê-lo que isto não é um truque, mas não faz mal. Sou eu. Meu nome é Valerie. Não creio que viverei muito tempo e quero falar sobre a minha vida. Esta é a única autobiografia que vou escrever e faço isso em papel higiênico. Nasci em Nottingham, em 1985. Não me lembro muito da infância, mas me lembro da chuva. Minha avó tinha uma fazenda e ela dizia que Deus estava na chuva. Fui aprovada no exame para o curso secundário. Na escola, conheci minha primeira namorada, seu nome era Sarah. Foram seus pulsos. Eles eram lindos. Achei que nos amaríamos para sempre. O professor dizia que era uma fase da adolescência que superaríamos. A Sarah superou, eu não superei. Em 2002, eu me apaixonei por uma garota chamada Christina. Naquele ano, contei aos meus pais. Não poderia ter feito isso sem a Chris segurando minha mão. Meu pai não olhou para mim, disse-me para ir embora e nunca mais voltar. Minha mãe não falou nada. Mas eu só contei a verdade a eles, isso foi egoísmo demais? Nossa integridade vale tão pouco, mas é tudo o que temos, é o mais importante em nós. Mantendo a nossa integridade somos livres. Sempre soube o que queria da vida. Em 2015 eu estrelei meu primeiro filme, “As Dunas de Sal”. Foi o papel mais importante da minha vida, não pela carreira mas sim porque conheci a Ruth. Na primeira vez em que nos beijamos eu soube que nunca mais iria querer beijar outros lábios. Nós nos mudamos para um apartamento em Londres. Ela plantou Scarlet Carsons para mim na janela e nosso apartamento sempre cheirava a rosas. Foram os melhores anos da minha vida. Mas a guerra nos EUA foi piorando e, no fim, chegou a Londres. Depois disso, não havia mais rosas, não para todos. O significado das palavras começou a mudar. Palavras como "colateral" e "rendição" inspiravam medo enquanto ganhavam força "Nórdica Chama" e "Artigos de Submissão". Lembro de como "diferente" virou "perigoso". Ainda não entendo porque nos odeiam tanto. Eles levaram a Ruth enquanto ela comprava comida. Nunca chorei tanto na minha vida.

Não demorou para virem me buscar. Parece estranho terminar a vida em um lugar tão horrível mas durante três anos eu tive rosas e não pedi desculpas a ninguém. Eu morrerei aqui. Cada pedaçinho do meu ser perecerá. Cada pedaçinho... menos um. O da integridade. É pequeno e frágil e é a única coisa que vale a pena ter. Nós jamais devemos perdê-lo. Nem deixar que o tomem de nós. Espero que, quem quer que você seja, escape daqui. Espero que o mundo mude e a vida fique melhor. Mas o que eu mais quero é que entenda a minha mensagem quando falo que mesmo sem conhecer você e mesmo que talvez jamais conheça você, ria com você, chore com você, ou beije você... eu amo você. De todo o coração... eu amo você. Valerie"


(V de Vingança)

domingo, 15 de março de 2009

Uma tarde!



Uma tarde!
Apenas uma tarde foi o suficiente.
O suficiente para eu poder enxergar,
quão importante é você.
Agora. Nesse instante, me amar!
Te amo com todas as forças que tenho.
Te amo com tudo que posso.
Apenas te amo.
E isso me faz sentir bem.
E isso me faz sentir viva.
E isso me faz respirar novamente.
Ou é apenas mais um sonho?
Se for, imploro, não me acorde.
Junte-se a mim e me leve.
Me leve para um lugar encantando.
Onde tudo esta em sintonia com esse amor,
que só sei dividir com você.