quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Hora da Faxina

Entrando no quarto onde é guardado as "tralhas", analisando, tirando umas coisas ou outras do lugar, só pra ver como fica. Bate a "louca" ou a "Dona Maria", como preferir, e tira tudo do lugar. Passa pano, tira o pó, joga umas coisas velhas e que não tem mais valor na lata de lixo, que deixou de ser lata e passou a ser um saco plástico enorme, que nem você sabe de onde surgiu.
Entradas de cinema, que o tempo tirou as escritas e só deixou um papel amarelo e mal cheiroso, fitas de braços que eram usadas em shows como identificação de que você pagou a entrada, e muitas das fitas você ja nem lembra mais de quais shows eram. Cadernos da escola, que você guardou até os dias de hoje pensando que poderiam ser úteis, mesmo sabendo que você nunca mais iria abrí-los para estudar ou refrescar a memória. Papel de bala, isso é coisa de gente de quinta série, mas você ainda tinha uns guardados, haviam lembranças neles, mas qual lembranças?, é você também ja não lembra mais, foram tantas balas ja comidas.
Cartas de pessoas que você ja não sabe mais a fisionomia, livros didáticos, que só ficaram com você por que era o ultimo ano do livro no colégio, e no fim quem teria que ficar com o peso deles na mala no ultimo dia de aula? Você e seus colegas de classe.
Objetos de televisão, geladeira, bicicleta, etc, etc, etc, que estão ali só ocupando espaço, tudo novo e esses objetos velhos ali. CDs estragados, VHS mofados e sem mais condições de uso.
Aos objetos que ainda são úteis, novos lugares, mais espaço e tudo limpo. Sem contar que agora o quarto parece gigante e outras lembranças poderão ser amontoadas ali, até chegar um outro dia de alguns anos à frente - bem à frente - e a faxina ser feita novamente.
Foi encontrado de tudo um pouco, lembranças guardadas por tanto tempo, que ao passar dos anos só ocuparam espaços e perderam seus valores, a faxina é feita não apenas na parte física, mas sua mente também passou por ela. O que, particularmente, acho algo extremamente bom, mais espaço para novas lembranças, novos valores, e quem sabe esses novos sejam eternos até o fim.
É sempre bom mudar, limpar, renovar, reencontrar o antigo que agora é novo e se adaptar para depois recomeçar o ciclo e se adaptar de novo, e de novo, e de novo...